Pré-Reforma:
O reinício de uma Igreja Espiritual, e o abandono de uma Igreja Estatal.
John Wycliffe, A Estrela D’Alva:
Parte I.
Vitor Reis Melo
Resumo: o alvo dessa série de três artigos é sobre a Pré-Reforma é rememorar a importância que teve esse movimento como o embrião do que iria acontecer no século XVI, sem dúvida, sem a Pré-Reforma nada do que houve no século teria XVI teria acontecido. As três partes são biográficas. A parte I: John Wycliffe, A Estrela D’Alva. A parte II: John Huss, a Estrela Vega: o homem contagiado pelo brilho da Estrela D’Alva. A Parte III: Jerônimo de Savanarola, o Profeta Hebreu da Pré-Reforma e William Tyndale: o Contrabandista de Deus.
Abstract: The aim of this series of three articles is on the Pre-Reformation is to recall the importance that this movement had as the embryo of what would happen in the sixteenth century, without a doubt, without the Pre-Reformation nothing that happened in the century would have XVI Would have happened. The three parts are biographical. Part I: John Wycliffe, The D'Alva Star. Part II: John Huss, the Star Vega: the man infected by the brightness of the Star D'Alva. Part III: Jerome of Savanarola, the Hebrew Prophet of the Pre-Reformation and William Tyndale: the Smuggler of God.
A primazia do seguinte artigo é a Pré-Reforma, mas, segundo A. Kenneth Curtis, “antes da Reforma, alguns grupos de cristãos se opuseram ao caminho que a Igreja Católica tomava. Um desses grupos foi o dos valdenses[1], fundado por um mercador francês que estava descontente com a igreja medieval” (CURTIS, 2003, 73 p.). Para Vicente Temudo Lessa, Pedro Valdo foi “o Francisco de Assis do Protestantismo” (LESSA, 1980, 16 p.) ainda no século XII. É a semente da Pré-Reforma na França. Um comerciante rico de Lião na França de que se converteu, e após o evento. “Valdo agiu rapidamente. Separou uma quantia de dinheiro suficiente para a esposa, colocou as duas filhas em um convento e doou o restante das posses aos pobres. Contratou dois sacerdotes para traduzir a Bíblia para o francês e começou a memorizar longas passagens bíblicas. A seguir, saiu para ensinar sobre Cristo ao povo” (CURTIS, 2003, 73 p.). Com a Bíblia em Francês nas mãos recebeu a tutela de Alexandre III para seguir com o seu “projeto de evangelização”, a tutela não permaneceu por muito tempo. O Concílio de Verona foi o seu fim, agora era mias um: “herege e excomungado em 1184” (LESSA, 1980, 16 p.). O século que se situa a Pré-reforma é o XIII, que também é conhecido como o: “Período da Igreja Deformada” (DEFESA DA FÉ, 2002, 30 p.).
Os Reformadores beberam das ideias de John Tauler[2], o Profeta da Pré-Reforma, o Pai dos Protestantes. Pois, “indubitavelmente, Lutero, o maior expoente da Reforma, entendeu da Doutrina da Justificação por meio das Sagradas Escrituras, mas foram os escritos de Tauler que corroboraram para que isso fosse possível” (DEFESA DA FÉ, 2002, 30 p.). Acrescente, que: “a influência principal dos escritos de Tauler ocorreu por conta de sua sistematização empenhada nessa doutrina: a justificação” (DEFESA DA FÉ, 2002, 30 p.).
Assim, os Pré-Reformadores são Intelectuais já saturados de tanta opressão às suas reflexões Bíblicas, e a vontade dar acesso ao povo as Sagradas Escrituras – e deixasse o foco de ser uma Instituição Política. O foco ao criar uma Nova Instituição, “mas, sim, fazer que a Igreja Romana voltasse à orientação da Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada. Dessa maneira, a reforma deve ser vista como um movimento interno por parte dos católicos comprometidos com a Palavra de Deus” (DEFESA DA FÉ, 2002, 30 p.). A Reforma de início foi apenas uma semente que frutificou até tomar proporções irreversíveis. “Inicialmente, a Reforma tratou-se de um manifesto popular e, num segundo momento, esse manifesto foi incorporado à erudição dos intelectuais dos John Wycliffe, John Huss, Jerônimo Savanarola e William Tyndale” (DEFESA DA FÉ, 2002, 30 p.). A Reforma foi à prática total dos que alguns séculos tentaram na Pré-Reforma. Desde a Pré-Reforma houve a tentativa de tirar a Bíblia da língua clássica, que era o latim nas missas e tudo mais. Para dar ao povo na sua maioria analfabeto, cerca de 85% do povo europeu, a Bíblia de uma maneira que fosse mais fácil a língua local.
Para Vicente Temudo Lessa o século XIV e XV aconteceu o ápice das problemáticas da Igreja Católica: “manifestou-se outra séria crise do Papado. Primeiro foi chamado Cativeiro Babilônico da Igreja (1305-77). A sede pontifica foi transferida para Avinhão, graças à política de Felipe, o Belo, Rei da França. Em seguida, registrou-se o Cisma do Oriente (1378-449) (...). Era uma verdadeira anarquia eclesiástica” (LESSA, 1980, 019 p.). Tudo isso joga a Igreja em um mar revolto, as críticas não eram apenas externas feitas por mundanos, agora, os problemas internos tomaram proporções irreparáveis– a roupa suja está sendo lavada na Avenida Central do Município. O Conservadorismo-Absolutista Papal começa a perder força, valia, reconhecimento e força – querem a restauração espiritual da Igreja. Hoje o Estado é Laico, ou pelo menos tenta ser. Isso é um dos emblemas da modernidade, na Idade Média tudo gravitava em torno da Igreja não existia tanta importância a vida secular.
Sem falar que o Conservadorismo tem cinco pontos importantes, segundo Heywood: “tradição; imperfeição humana; sociedade orgânica; hierarquia e autoridade; propriedade” (HEYWOOD, 2010, 78 p.). Sobre estes cinco pilares a Igreja Católica conseguiu se estabelecer no poder durante toda e Idade Média, somente o advento da Modernidade, somados a todos os problemas internos que trataram de enfraquecer a Igreja. A Igreja Católica não somente tinha o Conservadorismo como uma ideologia religiosa, mas, o Absolutismo era a prática do seu poder. Um dos canais para e extensão do seu poder era o Tribunal de Inquisição, comum nos Países Católicos – era atuação da Igreja no Judiciário. No Executivo, a Igreja durante toda a Idade Média fez uma quebra de braço como os monarcas europeus, principalmente os mais tementes a Deus, pois, era a Igreja que validava esse poder, tudo isso vinha de Deus. No Legislativo, não poderia haver em um País chamado Católico, lei alguma que fosse de encontro a Igreja. Um dos maiores problemas que a Igreja enfrentou foi a Prostituição. Segundo Jeffrey Richards[3], “os bordéis foram autorizados na Idade Média pelos reis Católicos em países Católicos como a França de Carlos VII. Nesses locais entravam jovens não-casados, acima de 16 anos” (RICHARDS, 1993, 122 p.). Pois, esse Rei autorizou o funcionamento de um bordel em Castelnaudary. Ainda Jeffrey Richards: “Rossiaud calcula que o clero constituía 20% da clientela das casas de banhos e bordéis privados de Dijon. (...), o clérigo lascivo se tornou uma fonte de humor na cultura popular” (ROSSIAUD apud RICHARDS, 1993, 122 p.).
Outro ponto a ser destacado, antes de falar dos Pré-Reformadores é que o Século XIII, ainda é o Período Central da Idade Média, segundo Hilário Franco Junior. O grande centro de formação desses Humanistas[4] inquietos como: (Wycliffe, Huss, Savanarola e Tyndale) são as Universidades Européias, são delas que saem os Pensadores da época. “Para Maria L. de Arruda Aranha, as Universidades Medievais são uma releitura das Universidades Superiores da Idade Antiga, que serve como um paradigma para a cultura. Assim, a Universidade não tinha conotação alguma ligada a ensino ou Educação. No entanto, representava toda e qualquer Assembleia Corporativa de profissionais, que acaba sofrendo influencia burguesa esperançosa de mobilidade social” (ARANHA apud DE MELO e QUEIROZ, 2015, 03 p.). A base da Pré-Reforma são os Humanistas-Clérigos do século XIII. O grande pulo divisor que proporcionou isso foi o século anterior. “No Século XII as Universidades tendem a reler-se internamente para dar conta de atender os novos atores sociais medievos, que a cada instante modernizava-se. Assim, que conforme aumenta o status da Universidade muda no tempo. A Instituição passa a ser alvo de disputa entre os reis e a Igreja, isso é um fenômeno quase que universal no tempo medievo” (ARANHA apud DE MELO e QUEIROZ, 2015, 03 p.). É importante traçar essa linha como as universidades, porque a ponte é notória. Wycliffe e Tyndale são formados em Oxford (Inglaterra), e Huss em Praga na Boêmia, segundo a revista Defesa da Fé. Para Maria L. de Arruda Aranha as maiores Universidades da Europa na Idade Média são:
A universidade mais Antiga que se tem notícia talvez seja a de Salerno, na Itália, que oferecia o curso de Medicina, desde o século X. No final do século XI (em 1088) foram criadas as universidades de Bolonha, na Itália especializada em Direito, e no século seguinte, a de Teologia, em Paris. Na Inglaterra destacam-se a de Cambridge e a de Oxford, com predominante interesse estudos pelos estudos científicos como matemática, física e astronomia. Outras formam criadas em Montpellier, Salamanca, Roma e Nápoles. Nos territórios Germânicos, as Universidades de Praga, Viena, Hiedelberg e Colônia só aprecem ao final do século XVI. Ao longo da Idade Média foram fundadas mais de oitenta na Europa Ocidental (ARANHA apud DE MELO e QUEIROZ, 2015, 03-04 p.).
Segundo Maria L. Arruda Aranha, o século XVII-XVII é o ápice da Filosofia Escolástica, “que é mais nobre das expressões da Filosofia Cristã Medieval. Seu auge é no século XII-XIII. Assim, nomeada por se lecionada nas Escolas. Scholacsticus era o nome dado a quem lecionava das artes liberais, que mais a frente atingiria os professores e Teologia Filosofia, sobre uma nova nomenclatura magister” (ARANHA apud DE MELO e QUEIROZ, 2015, 07 p.). Para Umberto Padovani e Luís Castagnola, este mesmo século XVIII, vive o período do Triunfo de Aristóteles, “a atividade filosófica da escolástica pré-tomista foi essencialmente lógico-dialética e, logo, formal” (PADOVANI e CASTAGNOLA, 1981, 230 p.). É nesse caldeirão ideológico e de problemas que se ergue a e Pré-Reforma ainda que tentasse sufocá-la, ela deixou os seus mártires, semelhantemente, a Igreja Primitiva arrastou consigo admiradores, mesmo aqueles que não tinham a sua força e decisão para toma a atitude que somente eles fizeram. E por isso estão neste seleto grupo chamado Pré-Reformadores, em ter Deus e os homens eles optaram em obedecer a Deus, a e sua Palavra.
John Wycliffe. Para Vicente Temudo Lessa, “Realista, Platônico, cognominado o Doctor Evangelicus, sacerdote inglês, doutor em Teologia e professor da universidade de Oxford” (LESSA, 1980, 16 p.). Ele se opõe ao Papado opressor, chantagista e manipulador em relação a Coroa. “Era a favor da Bíblia como autoridade, e não o Papa” (DEFESA DA FÉ, 2002, 30 p.). Lessa vê Wycliffe como um: Nacionalista; Anti-indulgente; Reformador; Escritor e Tradutor. É considerado o Pai do Novo Testamento em Inglês. Atacou as ordens religiosas devido, ao enriquecimento que era uma vida totalmente contrária a vida de Cristo. “A posteridade fez justiça ao corajoso teólogo de Oxford, apelidando-o de Estrela D’Alva, da Reforma, mas o Concílio de Constança amaldiçoou sua memória e determinou que seus ossos fossem exumados e reduzidos a cinzas” (LESSA, 1980, 17 p.). Mas, uma semente foi deixada. “Os Lolardos[5] (pregadores leigos, segundo A. Kenneth Curtis) tiveram seguidores e, nas páginas do martirológico inglês, figuram os nomes de Sawtre, Thorpe, Badby, Lord Cobham, e outros mais” (LESSA, 1980, 17 p.).
Segundo A. Kenneth Curtis, “João Wycliffe foi o principal erudito de sua época. As pessoas, por toda a Inglaterra, respeitavam sua sabedoria. A educação universitária era ainda um fenômeno relativamente novo, e Wycliffe pode ser grandemente responsabilizado pela grande reputação de Oxford, onde estudou e lecionou” (CURTIS, 2003, 83 p.). Ele por estar preocupado com a pureza de Igreja vivia com a corda no pescoço a sua vida não foi um mar de rosa, desde que passou a contender com a Igreja. “Sua vida, porém, foi marcada pela controvérsia. Tinha o perigoso hábito de dizer o que pensava. Quando seus estudos o levaram a questionar os ensinamentos católicos oficiais, ele realmente o fez” (CURTIS, 2003, 83 p.). Wycliffe era o Pregador que não se preocupava com o que as autoridades iriam pensar desde que estivesse de acordo com a Palavra de Deus. “Questionou o direito de a igreja ter poder temporal e de possuir riqueza. Discutiu a venda de indulgências — cartas que, de modo geral, eram consideradas um meio para perdoar os pecados —, o cerimonial da igreja, a adoração supersticiosa de santos e de relíquias, assim como a autoridade do papa” (CURTIS, 2003, 83 p.). Seus questionamentos eram tão duros que: “ele até mesmo questionou a visão oficial da eucaristia (a doutrina da transubstanciação) defendida pelo IV Concilio de Latrão. Apresentava-se, com frequência, diante de bispos e de concílios para defender essas idéias, e outros posicionamentos que advogava” (CURTIS, 2003, 83 p.).
Quem estava perto dele sabia o homem comprometido com a verdade que ele era. Isso parece uma raridade na Pós-Modernidade. “Podemos imaginar a cena, Wycliffe sendo despachado por seus próprios amigos. Assim foi sua vida. Wycliffe era ousado e franco quanto à sua teologia e à sua educação. Contudo, quando se encaminhou para a política, ficou preso no meio do fogo cruzado da luta de outras pessoas” (CURTIS, 2003, 83 p.). Significa entre o Rei e a Igreja. “Atacou a autoridade Papal, colocando Cristo, e não o Papa como o chefe da Igreja e a Bíblia, e não a Igreja como a única fonte de autoridade para o crente” (DEFESA DA FÉ, 2002, 30 p.). Tudo isso gera desconforto para a Igreja, pois, era um homem de Influência intelectual e espiritual. “A Inglaterra tinha muito ressentimento contra a Igreja Romana, mesmo no século XIII liderança secular era forte na Grã-Bretanha. Os príncipes — e muitos cidadãos — se ressentiam da maneira como a igreja estava apegada ao poder e à riqueza. João de Gaunt, muitas vezes, usava as ideias e a reputação de Wycliffe em suas discussões com a igreja. Como recompensa, ele protegia Wycliffe da hierarquia eclesiástica” (CURTIS, 2003, 83 p.).
Segundo John Foxe[6], Wycliffe a Estrela Matutina da Reforma, “os quais de tempos em tempos o Espírito Santo fez surgir e inspirou na Igreja de Deus como algo para operar contra o Bispo de Roma” (FOXE, 2005, 53 p.). Foxe via Wycliffe como um remédio de Deus para a Doente Igreja do século XVIII. “Por intermédio da providência de Deus, invadiu a arena o valoroso campeão da verdade, John Wycliffe, nosso compatriota, que Senhor fez surgir aqui na Inglaterra, para do modo mais pleno e amplo o veneno da doutrina do Papa e a falsa religião” (FOXE, 2005, 53 p.). Um Erudito Escolástico; Filósofo Perito, “o que parece não apenas em seus textos eruditos mais famosos, mas também na Confissão de Walden, seu mais cruel e encarniçado inimigo, o qual numa carta escrita ao Papa Martinho” (FOXE, 2005, 53-54 p.).
Para John Foxe, o ano de 1371 d.C. é transformador, pois, é partir dele que surge Wycliffe com o grande Teólogo. No tempo do Rei inglês Eduardo III. Isso contrastava com o desconhecimento “em relação à verdade divina se espalhara por toda a Terra, esse homem surgiu como um valoroso campeão, ao qual com justiça” (FOXE, 2005, 54 p.). Outro depoimento que é importante descrever são as palavras de Simão, o filho de Onias: “exatamente com a estrela matutina no seio de uma nuvem ou como a lua cheia em seu percurso ou como os raios brilhantes do sol, assim ele brilha e cintila no templo e na Igreja de Deus” (SIMÃO apud FOXE, 2005, 54 p.). Foxe não nega os problemas internos da Igreja Católica, a Instituição fundada por Cristo para ser referência estava servindo de pedra de tropeço. “Naqueles dias a religião se encontrava num estágio de total depravação e corrupção: apenas o nome de Cristo resistia” (FOXE, 2005, 54 p.). A Igreja não falava de fé, e das outras coisas integradas ao Bojo Teológico do Novo Testamento como: “do consolo, da finalidade e uso da lei, do ministério de Cristo, da nossa impotência e fraqueza, do Espírito Santo, da grandeza e força do pecado, das verdadeiras obras, da graça e justificação gratuita pela fé e da liberdade do cristão” (FOXE, 2005, 54 p.).
Um tempo de morte espiritual da Igreja, pois, deixaram a Palavra de Deus, o poder de Deus foi “ofuscado pelas cerimônias externas e tradições humanas” (FOXE, 2005, 54 p.). O foco da Salvação do Povo Cristão foi tirado de Cristo, e direcionado para o Cerimonialismo Clandestino, como se nisso pudesse haver mais vida do que me Jesus Cristo. Nem os Sermões escapavam desse fenômeno cerimonialista clandestino. Em demasia. “E esse acúmulo não tinha fim” (FOXE, 2005, 54 p.). A Igreja que era uma Instituição divina acabou exercendo uma Tirania. “O Governo Tirano, isto é, a Tirania assemelha-se Ditadura devido a Monocracia, e detém em seu cetro um poder imensurável. Contudo, a Tirania é ilegítima, e gira na ambiguidade de ser ou não temporal” (DE MELO, 2016, 04 p.). Isso foi denunciado pelos Pré-Reformadores, pois, esse não o papel da Igreja na terra. “O fato é que as simplicidades de Cristo foram transformadas em crueldade e abominação de vida. Com quantas amarras e ciladas de cerimônias foram as consciências de homens, redimidos por Cristo para serem livres” (FOXE, 2005, 54 p.). Essas são as palavras de John Foxe:
O povo cristão era, por assim dizer, conduzido pelo nariz, com meros decretos e constituições humanas, para onde aprouvesse aos bispos conduzi-los, e não para seguir a direção da vontade de Cristo. As pessoas simples e sem instrução, por situarem-se muito longe de todo o conhecimento da santa Escritura, julgavam ser suficiente o conhecimento apenas daquilo que lhes era ensinado pelos seus pastores; e estes, por sua vez, de certo modo limitavam-se a transmitir apenas as instruções que provinham do tribunal de Roma, sendo que a maior parte delas visava o lucro da sua ordem mais do que a glória de Cristo (FOXE, 2005, 55 p.).
A Luz Divina na Terra se acendeu. O canal de Deus, “pela Providência divina levantou-se o referido Wycliffe por meio do qual o Senhor novamente começaria a despertar e a elevar-se num mundo que estava afundado e esmagado nas profundas correntes das tradições humanas” (FOXE, 2005, 55 p.). Wycliffe foi restaurador do Verdadeiro Evangelho, que estava sujo “maculado com invenções sujas e erros graves de Bispos e Monges, depois de longamente de bater e deliberar consigo mesmo (...), já não podia aceitar esses fatos e no fim decidiu-se por ajudar a remediar aquilo que na sua visão estava perdido e extraviado” (FOXE, 2005, 55 p.). Um dos seus maiores propósitos “era fazer a Igreja abandonar a sua idolatria” (FOXE, 2005, 55 p.), principalmente, direcionado a Eucaristia. Mas, mexer nessa ferida geraria dor: “pois, antes de mais nada, toda uma legião de monges e frades mendicantes ficou furiosa e enlouquecida; feito marimbondos com seus aguçados ferrões, atacaram o bom homem por todos os lados, lutando, como se diz, por seus altares, panças e barrigas” (FOXE, 2005, 55 p.).
Em seguida, as demais Classes Clericais até chegar essas notícias ao Arcebispo Simon Sudbury, “cuidou pessoalmente da questão e, pelo mesmo motivo, privou Wycliffe de seu benefício em Oxford” (FOXE, 2005, 55 p.). Sem demora, o Arcebispo Simon Sudbury já busca uma contraofensiva de Wycliffe com apoio do Bispo de Roma. “Apesar de tudo, o referido Wycliffe, tendo uma certeza amizade e apoio do rei, aguentou a maldade dos frades e do Arcebispo, contando com defensores com John Gaunt, Duque de Lancaster, filho do rei, e Lorde Henry Percy. ” (FOXE, 2005, 55 p.) Sua condenação foi pela seguinte opinião: “o Papa não tem mais poder do que qualquer outro homem para excomungar” (FOXE, 2005, 55 p.). Isso coloca mais tempero no ódio que já tinham contra Wycliffe, principalmente, “os Monges e Padres Mais ricos” (FOXE, 2005, 56 p.). Com seus dois amigos e apoiadores: John Gaunt, e Lorde Henry Percy fica de pé com honra por mais 6 anos, até 1377. Segundo A. Kenneth “Uma audiência tumultuada em 1377 resultou no banimento de seus escritos. A oposição se intensificou. Apesar de ser poupado da violência, seus textos foram queimados, e ele foi destituído da posição que tinha em Oxford, ficando proibido de disseminar suas idéias” (CURTIS, 2003, 84 p.).
John Foxe descreve a defesa de Wycliffe como estratégica. Quando chega ao conhecimento do Duque que Wycliffe tem que comparecer diante do Episcopado, “convocou, dentre as ordens as ordens dos frades, quatro bacharéis em Teologia, um de cada ordem, para que s e ajuntassem a Wycliffe e assim ele tivesse maior garantia” (FOXE, 2005, 57 p.). E acrescenta-se para o evento do dia 16 de Fevereiro de 1377: “o Duque de Lancaster, Lord Henry Percy, Marechal da Inglaterra” (FOXE, 2005, 57 p.). No grande dia foi animado pelos seus protetores. Chego o dia e local, na Capela de Nossa Senhora, e cercado por uma grande multidão, A mesa do tribunal era presidida por Arcebispos e Bispos. “Diante deles, Wycliffe, seguindo o costume, ficou de pé para saber que acusação havia contra ele” (FOXE, 2005, 58 p.). Lorde Percy lhe direcionou ao, e o Arcebispo lhe desautorizou a sentar-se, assim seguiu acusações e defesa, suscetivelmente. “Toda a multidão perturbou-se com isso e causou grande confusão” (FOXE, 2005, 58 p.). Devido, aos problemas: “assembleia naquele dia foi interrompida por causa da intransigência e tumulto, e sendo dissolvida antes das nove horas” (FOXE, 2005, 58 p.). Segundo John Foxe, o Rei Eduardo III veio até seu filho, lhe avisar da sua importância para a Inglaterra, e que se continuasse no caso de Wycliffe com certeza seria condenado juntamente, com ele. Ele já era avançado de idade. Como ficaria a Inglaterra? Assim, Wycliffe ficou sem proteção. Para A. Kenneth Curtis, “João de Gaunt fugiu para preservar sua vida” (CURTIS, 2003, 84 p.). E ainda Lorde Percy e o Lorde Marechal “renunciaram seus ofícios e permaneciam em suas casas sem interferir” (FOXE, 2005, 58 p.). Toda essa proteção por parte da Corte Inglesa só fez que Wycliffe não fosse para fogueira, e teve seus escritos facilmente condenados, mas, nada disso o abalou, pois, continuava a pregar e tomou outro rumo.
Isso deu a ele tempo para trabalhar na tradução da Bíblia. Wycliffe defendia a ideia de que todo o mundo deveria poder ler as Escrituras na própria língua. "Visto que a Bíblia contém Cristo — tudo o que é necessário para a salvação —, ela é necessária para todos os homens, e não apenas para os sacerdotes", escreveu ele. Assim, a despeito da reprovação da igreja, juntou-se a outros estudiosos para produzir a primeira tradução completa da Bíblia para o inglês. Usando uma cópia manuscrita da Vulgata, Wycliffe trabalhou arduamente para tornar as Escrituras inteligíveis para seus compatriotas. Uma primeira edição foi publicada. Ela foi aprimorada na segunda edição, que só ficou completa após a morte de Wycliffe. Apesar disso, essa edição ficou conhecida por Bíblia de Wycliffe e foi distribuída, ilegalmente, pelos lolardos. (CURTIS, 2003, 83-84 p.).
Para John Foxe, o caminho totalmente oposto ao que lhe foi ordenado pelo Episcopado no julgamento, “não pode ser reprimido. Pelo contrário, com a veemência da verdade ele explodiu depois de modo muito mais violento. Tendo ele conseguido a boa vontade e o apoio de certos nobres” (FOXE, 2005, 59-60 p.). Mas, nunca deixou de pregar sua Doutrina entre as pessoas comuns. As Bulas Papais nunca o fizeram parar. “Assim, em 1377 d.C. o primeiro Rei Ricardo II, o Papa Gregório enviou sua bula à Universidade de Oxford, censurando-a, veemente e imperiosamente, o estilo de um Papa, por permitir que a doutrina de John Wycliffe criasse raízes durante tanto tempo e por não arrancá-la com a foicinha torta de doutrina católica” (FOXE, 2005, 60 p.). Mais outras duas Bulas Papais se seguiram: “a primeira determinando que, se Wycliffe não fosse localizado, ele deveria ser avisado por meio de intimação pública para comparecer perante o Papa de Roma dentro de três meses; a segunda exortando os bispos para que o Rei e os nobres da Inglaterra fossem orientados a não dar créditos algum ao referido John Wycliffe, ou a sua doutrina” (FOXE, 2005, 61 p.). Sendo interrogado o Sr. Lewis Clifford disse ao Episcopado: “não proferissem nenhuma sentença definitiva contra John Wycliffe” (FOXE, 2005, 61 p.). E lógico, mais uma vez Deus foi leal ao seu Teólogo-Avivalista, “escapou pela segunda vez das mãos dos bispos” (FOXE, 2005, 61 p.).
Dessarte, na disso parou Wycliffe. O Papa das Bulas Gregório XI, faleceu ainda no ano de 1377 d. C. “este homem continuou avançando em seu piedoso propósito, trabalhando como fizera no princípio” (FOXE, 2005, 61 p.). Nesse contexto de problemas: “aconteceu a dissensão entre os Papas Romanos e Franceses, e o Cisma decorrente Durou cerca de trinta anos, até o Concílio de Constança (1417 D.C.) ” (FOXE, 2005, 61 p.). Ao mesmo tempo, “cerca de três anos mais tarde, aconteceu na Inglaterra a cruel dissensão entre o povo comum e os nobres, o que muito perturbou a comunidade inglesa. Nesse tumulto Simon de Sudbury, arcebispo de Cantuária, foi preso por pessoas rústicas e decapitado (FOXE, 2005, 62 p.).
O seu sucessor foi William Courtney mais radical em relação aos hereges do o que se foi. Mas, as coisas pioraram para Wycliffe e os Lolardos. “Apesar disso, a facção de Wycliffe a cada dia ganhava mais força, até que William Berton, Chanceler de Oxford, por volta do ano de 1381 d.C., assumiu o controle total da universidade” (FOXE, 2005, 62 p.). Sua estratégia: nada seria publicado sem o selo oficial da Universidade automaticamente, teria que ser lido, todos que se associassem a Wycliffe e os Lolardos ficam passíveis de castigos severos. “Wycliffe compreendeu a situação, abandonou o Papa e todo o clero, pensou em apelar para a majestade do Rei; mas o Duque de Lancaster intrometeu-se e o proibiu de fazê-lo, dizendo-lhe que devia antes submeter-se à censura e julgamento do seu ordinário” (FOXE, 2005, 62 p.). Wycliffe tomo novamente uma atitude que nunca tomaríamos “assediado por tribulações e aborrecimentos, como se estivesse no meio das ondas do mar, sentiu-se forçado mais uma vez a confessar a sua doutrina” (FOXE, 2005, 62 p.).
Reuniram-se Bispos, Arcebispos, Advogados e Doutores em Teologia para debruçarem-se sobre os escritos de Wycliffe. Em Londres, no Convento Black Friars, houve até um terremoto que não lhes impediu de continuar nesse caminho de tentar incriminar a Estrela D’Alva da Reforma. “Eles então, discutindo os artigos de Wycliffe, não segundo as Escrituras, mas de acordo com as sua impressões pessoais e tradições humanas, decretaram que alguns deles eram pura e simplesmente heréticos, outros continham erro, outros iam contra a religião, alguns eram sediciosos e não consoantes com a Igreja de Roma” (FOXE, 2005, 62 p.). Certa vez ele em Londres. E muito doente alguns frades vieram convencê-lo a redefinir suas proposições teológicas perante o Episcopado. Wycliffe lhes respondeu: “não morrerei, antes viverei e cantarei as obras do Senhor” (SALMOS 118:17). O Arcebispo da Cantuária sabendo que Wycliffe estava em Londres, não descansou, e enviou um Mandado ao Bispo Londrino, para ficar como os olhos bem abertos a respeito de John Wycliffe e os Lolardos. Vejamos:
Chegou aos nossos ouvidos a informação de que, as sanções canônicas nenhum homem, estando proibido ou não sendo designado, deveria usurpar para si mesmo o ofício da pregação, privada ou pública, sem a autorização da sé apostólica ou do Bispo local. Apesar disso, alguns, sendo filhos da perdição sob o véu de grande santidade, estão com a mente tão debilitada que assumem pessoalmente a autoridade de pregar, e não têm medo de dizer e ensinar, em geral. Normalmente e em público, que nas igrejas quer nas ruas, como também em lugares profanos da nossa província, certas proposições e conclusões que são heréticas, erradas e falsas, condenadas pela Igreja de Deus, e repugnantes às determinações de santa igreja. Eles também infectam com isso um grande número de bons cristãos, sem a qual não há salvação (ARCEBISPO DE CANTUÁRIA apud FOXE, 2005, 64 p.).
O Reitor da Faculdade Oxford, era o Mestre Robert Rygge. Um defensor de Wycliffe e os Lolardos, assim, Rygge fazia muita vista grossa para que suas pregações fossem difundidas. “Quando chegou o tempo em que era preciso pregar sermões ao povo, ele confiou toda essa tarefa a pessoas que sabia serem defensoras de John Wycliffe. Os dois supervisores eram John Huntman e Walter Dish. Naquela ocasião eles defenderam a causa de John Wycliffe, na medida de sua ousadia” (FOXE, 2005, 65 p.). A esses pode se ajuntar: “Philip Reppyngdon e Nicholas Hereford” (FOXE, 2005, 65 p.). No dia da Festa de Corpus Christi profere seu sermão. “Nesse contexto de atividades, na hora marcada, Reppyngdon proferiu seu sermão, no qual se relata ter dito que me todas as questões morais defenderia o Mestre Wycliffe como um verdadeiro doutro católico” (FOXE, 2005, 66 p.). As coisas pareciam está melhorando, só pareciam. “Em toda a universidade houve grande alegria por causa daquele sermão. John Wycliffe, após breve espaço de tempo, reapareceu, saindo talvez do desterro, ou talvez de algum outro lugar onde fora mantido em segredo, e voltou para a sua Paróquia de Lutterworth, onde era pároco titular” (FOXE, 2005, 67 p.).
Segundo John Foxe, essas são as últimas notícias do Mestre Wycliffe, na sua Paróquia de Lutterworth. “discretamente partiu desta vida mortal e dormiu na paz do Senhor, no fim do ano de 1384, no dia de são Silvestre. Consta que estava bem velho quando partiu, e que as mesmas coisas que lhe haviam agradado na juventude também lhe agradavam na velhice” (FOXE, 2005, 67 p.). Um homem com muitos amigos, admiradores e inimigos, até parte de Corte lhe aplaudia: “John Clenbon, Lewes Clifford, Richard Stury, Thomas Latimer, William Nevil John Montague” (FOXE, 2005, 67 p.). Assim, morreu a Estrela D’Alva deixou de brilhar, mas não suas ideias. Concílio de Constança de 1415 d. C. foi uma tentativa para aniquilar as ideias de Wycliffe, mas, já era tarde demais, o brilho da Estrela deixou um rastro muito forte no céu da Igreja. Para A. Kenneth Curtis:
Wycliffe sofreu um derrame quando estava na igreja e morreu em 31 de dezembro de 1384. O Concilio de Constança, 31 anos mais tarde, o excomungou, e, em 1428, seus ossos foram exumados e queimados, e as cinzas, espalhadas no rio Swift. Ninguém poderia imaginar que suas ideias se espalhariam tão rapidamente pela Europa. O efeito de seus ensinamentos sobre os líderes posteriores, como João Huns, fez com que ficasse conhecido por a "Estrela da manhã da Reforma". Ele próprio procurou permanecer na Igreja Romana por toda sua vida, mas no coração e na mente de seus ouvintes, a Reforma já estava a caminho (CURTIS, 2003, 84 p.).
Em suma, nenhum homem tem o poder de apagar uma Estrela de Deus, e que foi colocada nos Céus de Deus, por Deus. E que brilha em nome de Deus.
Referências:
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da Educação de da Pedagogia: geral e do Brasil. 3ª Ed. Ver e ampli. São Paulo. Moderna, 2006.
CAMBI, Franco. História da Pedagogia. Tradução: Álvaro Lorencini. São Paulo. Fundação Editora da UNESP (FEU), 1999.
DE MELO, Vitor Reis e QUEIROZ, Renato Siqueira. Intelectuais da Igreja na Baixa Idade Média: nas Universidades in: Revista Acadêmica On Line: Ano 01 – n º 08.
FOXE, John. O Livro dos Mártires. Tradução: Almir Pizetta. – São Paulo. Editora Mundo Cristão, 2005. 354 p.
HEYWWOD, Andrew. Ideologias Políticas, [v.1]: do Liberalismo ao Fascismo. Tradução: Janaína Marco Antonio, Mariane Janikian. 1ª Ed. 1ª impressão. São Paulo: Ática, 2010. 256 p.
LESSA, Vicente Temudo. Calvino 1509-1564. Sua Vida e sua obra. São Paulo. Editora: Casa Presbiteriana, 280 p.
MEDINA, Sinval Freitas. Enciclopédia do Curso Secundário. Dicionário de História da Civilização. Organizadores: Álvaro Magalhães e Sinval Freitas, e a colaboração de Aldomera Freitas Medina. Edição 1ª. Porto Alegre: Editora: Globo Porto Alegre, 1972.
PADOVANI, Umberto e CASTAGNOLA, Luís. História da Filosofia. 13ª edição. Editores Melhoramentos, 1981. 587 p.
“Pedro Valdo funda o movimento valdense” in: Os 100 acontecimentos mais importantes da história do cristianismo: do incêndio de Roma ao crescimento da Igreja na China / A. Kenneth Curtis, J. Stephen Lang e Randy Petersen; tradução Emirson Justino — São Paulo: Editora Vida, 2003. 205 p.
“Os esforços e sofrimentos dos Pré-Reformadores” in: Revista Defesa da Fé. (Revista de Apologética do Instituto Cristão de Pesquisa). Ano 07 – nº 51, 66 p.
“Wycliffe supervisiona a tradução da Bíblia para o inglês” in: Os 100 acontecimentos mais importantes da história do cristianismo: do incêndio de Roma ao crescimento da Igreja na China / A. Kenneth Curtis, J. Stephen Lang e Randy Petersen; tradução Emirson Justino — São Paulo: Editora Vida, 2003. 205 p.
[1] “Valdo e seus seguidores — que chamavam a si mesmos pobres de Lião — acreditavam que Jesus queria que seus ensinamentos fossem colocados em prática por todas as pessoas. Saindo de dois em dois, os valdenses visitavam os mercados, falavam com as pessoas e lhes ensinavam o Novo Testamento (...). Os valdenses não ensinavam heresias, a despeito das afirmações que a igreja fez contra eles. Eram ortodoxos, mas, pelo fato de estarem fora da estrutura da igreja, os seguidores de Valdo não puderam obter a aprovação da hierarquia eclesiástica. Na Idade Média, para os clérigos, qualquer pessoa que estivesse fora da igreja era considerada herege. Muitos cristãos franceses e italianos, desanimados com a igreja que havia se mundanizado, voltaram-se para os valdenses, que ensinavam o sacerdócio de todos os crentes. Eles rejeitavam as relíquias, as peregrinações e as parafernálias, como a água benta, a vestimenta dos clérigos, os dias santos e outros dias de festa, assim como o purgatório. Para eles, a comunhão não precisaria ser celebrada todos os domingos; os pregadores valdenses falavam diretamente às pessoas e liam a Bíblia para elas em sua língua” (CURTIS, 2003, 73 p.).
[2] Segundo Vicente Temudo Lessa: Alemão; Pietista que viveu entre os séculos XIV-XV, juntamente, com Kempis a ideia da: “imitação de Cristo” e a “Teologia Germânica”, a busca de Deus com toda a alma, resultava em avivamento religiosos.
[3] Mestre em História Cultural, obra: Sexo, desvio e danação: as memórias na Idade Média. Tradução: Marco Antonio Esteves da Rocha e Renato Aguiar – Rio de Janeiro. Editora: Jorge Zahar, 1993.
[4] Segundo Sinval Freitas Medina: são ativistas do Humanismo. “Movimento cultural surgido no século XIV, na Europa, que dava ao homem e as suas aspirações importância fundamental. Marcou a reação contra a disciplina exagerada imposta pela Idade Média. Assumiu o aspecto de um regresso à antiguidade, pois buscavam os humanistas retornar aos gregos, que valorizavam o homem, distinguindo-o dos animais e dos deuses. Na Idade Média, as letras e as artes inspiravam-se no Cristianismo, exaltando a fé e a perfeição moral. O Humanismo valorizou a beleza física e a natureza. Foi a preparação do Renascimento e teve início na Itália, onde era maior a ligação com a Antiguidade Clássica. Entre os mais importantes humanistas estão: Dante; Boccacio, Petrarca, Erasmo de Roterdã; Pico de Mirandola, Tomás Morus” (MEDINA, 1972, 187 p.).
[5] Segundo Sinval Freitas Medina: “seguidores das ideias religiosas do Monge inglês John Wycliffe. Após o Concílio de Londres, de 1382, passaram a ser considerados heréticos. Acreditavam que os sacramentos dependiam da retidão dos sacerdotes e eram defensores do celibato clerical. Foram ferozmente IV (1399-1413)” (MEDINA, 1972, 222 p.).
[6] Segundo Almir Pizetta: “nasceu na Inglaterra e estudou na Universidade de Oxford. Durante a perseguição dos Protestantes pela Rainha Mary Tudor, exilou-se na Alemanha e Suíça, onde escreveu a primeira edição desta obra. A mensagem de O Livro dos Mártires moldou a consciência religiosa e política da Inglaterra durante vários séculos” (trecho extraído do texto: “Em memória da devoção e da coragem”).