O HABITUS QUE IMPEDE DE VER A CIDADE
Francisco Joel Magalhães da Costa[1]
Joelmagalhaes1@gmail.com
Introdução
A cidade contempla, durante o ocaso, os últimos raios solares de cor alaranjada, para em seguida, se esconder em meio à escuridão. Na cidade escura, as representações e os símbolos se renovam, ou se transformam, ou se opacam e a visão humana torna-se turva, impossibilitando uma leitura clara dos espaços.
No entanto, à luz da aurora, o olhar se estabelece e a cidade se apresenta em sua plenitude, clamando para ser vista, porém, algumas pessoas olham e não enxergam, se enxergam não compreendem, se compreendem não interpretam.
Na cidade, os adultos se deslocam aos trabalhos, os jovens às escolas, os idosos às igrejas, os militares aos quartéis, os loucos aos manicômios, e os fora-da-lei aos presídios. Nessas idas e vindas, muitos não refletem e fazem tudo como autômatos, e na relação entre as instituições e indivíduos gravitam o controle, a condução e a submissão dos que não podem e o querer dos que podem.
O preâmbulo poético representa o teor deste trabalho. Este discorre sobre a semiótica e as forças invisíveis que permeiam a cidade, a sociedade, os espaços, as instituições e os indivíduos singulares, referenciado pelos estudos urbanos de Lucrécia d´Aléssio Ferrara e pelas teorias sociais de Norbert Elias e Pierre Bourdieu.
Ver a cidade com veracidade
Há indivíduos que transitam nas mesmas ruas e frequentam os mesmos prédios, durante muito tempo, no seu cotidiano, e às vezes se surpreendem com alguma coisa nova no percurso. Isso acontece por que o contato das pessoas com a cidade é feita de forma irreflexiva e acrítica, impossibilitando que a cidade seja vista em todo o seu esplendor, beleza e qualidades.
Segundo Corrêa (1995), o espaço urbano é reflexo da sociedade e também mutável, cujas mudanças são complexas. Por isso a importância das pessoas, especialmente estudantes, historiadores e profissionais afins, manterem contato com a cidade e procurar ver a cidade com outro olhar, um olhar mais profundo, que vá além das linhas e aparências arquitetônicas. Segundo Ferrara,
A percepção urbana é uma prática cultural que concretiza certa compreensão da cidade e se apoia, de um lado, no uso urbano e, de outro, na imagem física da cidade, da praça, do quarteirão, da rua, entendidos como fragmentos habituais da cidade. Uso e hábito, reunidos, criam uma imagem perceptiva que se sobrepõe ao projeto urbano e constitui o elemento de manifestação concreta do espaço. Entretanto, essa imagem, porque habitual, apresenta-se homogênea e elegível. (FERRARA: 1988, p. 3).
A questão do olhar os espaços da cidade e não compreender o que eles querem dizer suscita ao pesquisador, historiador ou não, uma leitura histórica e social dos espaços a serem visitados. Essa leitura antecipada provoca um nivelamento às questões da cidade e compreensão desta, onde o olhar vá além daquele olhar usual, do olhar cotidiano, podendo ver nexos relacionados aos espaços. Essa relação antecipada com as questões da cidade faz-se necessária, pois, a cidade comunica seus valores de forma não verbal. De acordo com Ferrara,
A dificuldade desta caracterização aponta a primeira e maior especificidade do texto não-verbal porque, por assim dizer, nele não encontramos um signo, mas signos aglomerados sem convenções: traços, tamanho, cor, contraste, textura, sons, palavras, cheiros, ao mesmo tempo juntos e dispersos porque, imediatamente, nada os relaciona. Esta fragmentação, descontinuidade na emissão sígnica, opera como uma membrana de opacidade, de neutralidade significativa. (p. 9).
A cidade emite tantas informações, das quais não estamos preparados para estabelecer nexos ou ligações com os espaços da cidade. Acumulamos essas informações, estímulos e signos, que não é somente táctil, e não só visual, também através do cheiro e do som, e até do paladar em nossa memória, assim conjugamos a ideia ou imagem ao espaço. Esses sentidos que a cidade nos apresenta é a melhor forma de a compreendermos.
Essa forma de percepção do mundo transcende a leitura antecipada, mas, é a partir de uma leitura textual e histórica e, principalmente, de uma visita “in loco” em um determinado espaço, que teremos a percepção da diferença das informações do texto e das informações que o espaço apresenta, como também das mudanças que o espaço sofreu em relação às imagens atuais, e é, a partir dessa união que teremos uma compreensão maior e mais completa desse espaço da cidade, compreensão que não haveria somente com a leitura do texto ou somente com a visita. Nesse sentido, Thompson assinala que,
Uma coisa é saber que as ruas ou campos em torno de uma casa tinham um passado antes que ali tivesse chegado; bem diferente é ter tido conhecimento, por meio das lembranças do passado, vivas ainda na memória dos mais velhos do lugar, das intimidades amorosas por aqueles campos, dos vizinhos e casas em determinada rua, do trabalho em determinada loja. (THOMPSON: 1992, p. 30-31).
Voltar ao passado através dos sentidos e lembranças é remeter à memória, e consequentemente ao lugar pela fragrância dos jardins e das árvores, pelo cheiro de comida e pelos sons e imagens gravadas no inconsciente.
Como compreender as mensagens que a cidade nos passa a todo o momento, como decifrar as mensagens e os signos? As pessoas familiarizadas com os espaços e com o patrimônio da cidade conseguem ler e descrever a história da cidade através da aparência dos espaços, prédios e paisagens, e também conseguem identificar os maus tratos e valores desprezados ligados ao patrimônio da cidade.
Contudo, a cidade não para de produzir outros sentidos e outros sinais, então, é preciso estar sempre atento às mudanças através dos livros e das próprias construções, porém, é preciso ver além dos prédios, das estruturas materiais, ver além do patrimônio material, ultrapassar os limites e o imediato, isto é, aprofundar, cavar e não permanecer na superfície, na aparência primeira ou na primeira realidade.
Nessa lógica, é preciso enxergar o patrimônio imaterial: as celebrações, os saberes e fazeres, as formas de expressão e a dinamicidade do lugar. É preciso reter as significâncias dos espaços e ampliar as significâncias para manter a substância do espaço, a integridade do patrimônio e os significados da população.
O lugar é um espaço apreendido pelos sentidos, pela memória e pela relação afetiva, são esses fatores que levam à identificação com o lugar. O espaço pode ter vários significados ao mesmo tempo, depende de quem percebe. A subjetividade permeia o conceito de espaço.
São as pessoas e suas atividades do lugar que dão sentido e imprimem significado ao espaço. Nesse sentido, o lugar é conhecido não apenas por suas características físicas, mas também pelas atividades e transformações que os indivíduos imprimem cotidianamente no lugar e as significâncias inerentes ao lugar.
O passado ronda nos espaços e nas mentes
Antes da cidade, a sociedade existente era a família. Segundo Coulanges (1961), as famílias formavam a fratria, as fratrias formavam a tribo e as tribos formavam a cidade. Esta era formada de acordo com ideias religiosas e crença. A crença, por sua vez, uma arma poderosa no controle da paixão, do comportamento e no incitamento à obediência de indivíduos diversos, livres e inconstantes de uma sociedade recém-formada.
Nesse sentido, Norbert Elias (1994, p. 7) diz que “a sociedade é entendida, quer como mera acumulação, coletânea somatória e desestruturada de muitas pessoas individuais, quer como objeto que existe para além dos indivíduos e não é passível de maior explicação”.
A crença, talvez não exija explicação, mas ela progrediu e hoje ocupa a cidade moderna, suscitando obediência e deveres, é o passado transitando nos espaços e nas mentes humanas. A cidade também cresceu e com ela, as forças do passado, das estruturas de poder, das instituições, dos campos e da violência simbólica.
As estruturas de poder, seja social, cultural, familiar, econômica, religiosa, ou politica, são tão fortes, que dificultam, e muitas vezes, impedem a ação do homem. Esse estruturalismo de poder dita o nosso comportamento, a nossa ação e até o nosso pensamento. Ele diz quem somos o que dizer e o que fazer. Em Bourdieu (1983), a estrutura é vista como uma ação estruturante, pois as categorias de classificação presidem a prática do indivíduo que as interiorizou. Ainda segundo o autor, “a interiorização, pelos atores, dos valores, normas, e princípios sociais assegura, dessa forma, a adequação entre as ações do sujeito e a realidade objetiva da sociedade como um todo” (p. 15).
Esse poder está em toda parte e em todos os lugares sociais. Ele está nas instituições militar, hospitalar, escolar e prisional, e o individuo está preso a estas instituições. Se o individuo é turbulento e perturbador da ordem social ele vai para a prisão, mas ao contrário, se ele é socializável vai para a escola, e se é alienado vai para o hospício, isto é, não existe saída para o individuo, aonde quer que ele vá, haverá uma instituição para aprisioná-lo.
Na esteira das técnicas de poder, utilizadas nas instituições, a disciplina é, segundo Foucault (1984), uma técnica de exercício de poder pensada e elaborada durante o século XVIII, mas historicamente, elas existiam nas Idades Antiga e Média, e tinham os mosteiros como exemplo, nos quais havia o domínio do sistema disciplinar. Ainda segundo o autor, “os mecanismos disciplinares são, portanto, antigos, mas existiam em estado isolado, fragmentado, até os séculos XVII e XVIII, quando o poder disciplinar foi aperfeiçoado como uma nova técnica de gestão dos homens”. (p. 105).
O problema entre o individuo e a sociedade renasce a todo instante influenciando no desenvolvimento daquele, por sua posição no fluxo do processo social. Esse processo reflete na forma que a sociedade é compreendida e na maneira como os indivíduos se entendem, isto é, de um lado a composição social e de outro a autoimagem, o que Elias (1994) denomina de habitus dos indivíduos.
O habitus está no bojo das forças invisíveis que permeiam nas mentes humanas. Ele é tão forte que não existe práxis, é só passado e só história. Ele transita no presente, mas vem do passado.
Para BOURDIEU (1983, p. 19), “o habitus enquanto sistema de disposições duráveis é matriz de percepção, de apreciação e de ação, que se realiza em determinadas condições sociais”. Nessa perspectiva, o habitus é visto como mecanismos duráveis. São estruturas bem estruturadas e estruturantes (que provocam outras estruturas) que nos vem do passado, ou seja, o passado que nos guia e nos conforma. Essas estruturas são tão fortes que os indivíduos obedecem sem que haja alguém para mandar, estão por força das estruturas do passado e o processo funciona como uma orquestra sem maestro.
Nesse sentido, surge um questionamento - o que somos nós? Somos o passado que está dentro de nós. Ele é uma espécie de inculcação, em cada um de nós, de nossa história coletiva. São percepções duráveis que vêm de longo tempo e produzem regularidades de comportamento, e até os pensamentos vem do passado. “O homem do passado está dentro de nós”.
As normas do habitus são tão fortes que não conseguimos fugir delas, seguimos os regulamentos do grupo, do coletivo. Temos o livre-arbítrio de agirmos diferente, fazer as coisas de outra maneira, mas não! Seguimos o que o passado nos manda, o que a força do habitus nos ordena, e muitas vezes sem questionar. São “ordens” que vem do passado, que obedecemos, muitas vezes, sem pensar.
No fluxo dos processos sociais, os indivíduos transitam nos espaços sociais (campo) dotados de habitus lutando por posições de destaque. Nesse sentido Bourdieu diz que,
[...] o habitus, como sistema de disposições para a prática, é um fundamento objetivo de condutas regulares, logo, da regularidade das condutas, e, se é possível prever as práticas (neste caso, a sanção associada a uma determinada transgressão), é porque o habitus faz com que os agentes que o possuem comportem-se de uma determinada maneira em determinadas circunstâncias. (BOURDIEU: 2004, p. 98).
Embora haja cortesia entre os autores, também há lutas por status, verbas, títulos e valorização. No campo cientifico, por exemplo, as disputas se realizam e se aperfeiçoam por posições mais altas e mais conceituadas; no campo da arte, a disputa está entre os donos de museus e editoras com os artistas. Aqueles têm o poder da publicação e estes têm o poder da criação.
Há outros campos de disputas, além dos citados, como: igreja, partido político, família e empresas públicas e privadas. Em todos esses campos é notório o conceito de capital, onde o que vale é o “ás na manga”, isto é, quem tem a maior carta, tem mais força. E nesse jogo estão o capital econômico, politico e cultural, onde são permitidas jogadas, tipo: quem não tem capital econômico, busca capital cultural para continuar no jogo.
Outra categoria notada e sentida nos espaços sociais é a violência simbólica, esta é uma violência tão forte, que o violentado não percebe a violência. Na escola percebe-se a violência simbólica na relação entre diretor e professor com alunos, onde este escuta enquanto aqueles falam, e também na questão de horário, fardamento, disciplina e avaliações.
A violência simbólica também é notada na relação entre casais; entre pastores e sacerdotes com seus fiéis, quanto à questão dos mandamentos e pedado. Em todos os casos, a violência é passada por símbolos, onde o violentado aprende a ser violentado e passa a se autoviolentar durante anos ou toda vida, em silêncio, contrária a violência direta e clara, que pode ser vista e denunciada.
Diante das teorias expostas, Elias (1994) diz que o indivíduo segue uma ordem invisível, pois ele está inserido num complexo funcional de estruturas bem definidas, onde o passado está diretamente presente em cada um que se move no bulício da cidade.
Quem vale mais, a sociedade ou indivíduo?
Na Sociologia, a relação entre indivíduo e sociedade suscita questionamentos quanto ao conceito mais importante, se o individuo ou a sociedade: Quem vem primeiro, a sociedade ou o indivíduo? A sociedade faz o indivíduo ou indivíduo faz a sociedade? Nessa questão de saber qual o objeto de maior valor entre a sociedade e o individuo, Elias (1994) diz que nenhum dos dois existe sem o outro.
Em tempos passados, não existia o indivíduo, e sim o grupo. Não havia noção de indivíduo, este era conhecido pelo sobrenome ou pelo lugar que havia nascido, isto é, o indivíduo sempre estava relacionado ao lugar ou alguém. Essas questões de identificação ainda são vistas em cidades pequenas e tradicionais.
Antes, o grupo ditava o ser da pessoa, o grupo era fundamental, e o comportamento das pessoas partia de um processo chamado “coação social”, o grupo que nos fazia agir. Nesse contexto a sociedade vem antes do individuo.
Em Elias (1994) é visto uma mudança nesse contexto, ou seja, o aparecimento do indivíduo, a partir da falência ou da mudança das instituições que coagiam a participação do indivíduo: a família foi fragmentada, ela não permanece com todos os seus membros durante muito tempo, ela se dividiu, cada membro toma o seu rumo, e tornou-se comum a pessoa viver sozinha; o casamento antes durava a vida toda, hoje, o mesmo individuo casa-se várias vezes; no trabalho a pessoa passava muito tempo ou quase toda vida produtiva na mesma repartição, e atualmente, alterna entre as empresas, em condições de mercado aberto.
Segundo Elias, o processo de individualização é visto como um processo de civilização, onde:
As funções relativas à proteção e ao controle do indivíduo, previamente exercidas por pequenos grupos, como a tribo, a paróquia, o feudo, a guilda ou o Estado, vai sendo transferido para Estados altamente centralizados e cada vez mais urbanizados. À medida que essa transferência avança, as pessoas isoladas, uma vez adultas, deixam mais e mais para trás os grupos locais próximos, baseados na consanguinidade. A coesão dos grupos rompe-se à medida que perdem suas funções protetoras e de controle. E, nas sociedades estatais maiores, centralizadas e urbanizadas, o indivíduo tem que batalhar muito mais por si. A mobilidade das pessoas, no sentido espacial e social, aumenta. Seu envolvimento com a família, o grupo de parentesco, a comunidade local e outros grupos dessa natureza, antes inescapável pela vida inteira, vê-se reduzido. (ELIAS: 1994, p. 102).
Antes a pessoa permanecia por muito tempo em seus espaços: ao lado da esposa e dos filhos e outros parentes, ao lado dos amigos do trabalho, da igreja, mas hoje, é comum a pessoa mudar de emprego, de esposa, de amigos, de cidade, de religião. Não há garantias de que a pessoa permaneça a vida toda na mesma cidade, na mesma repartição, com a mesma família e com os mesmo amigos.
A partir disso, o conceito de individuo se fortaleceu, mas este não pode agir de qualquer maneira, é preciso controle, por que a sociedade exige controle, se não há controle a sociedade pune, por isso o individuo necessita do autocontrole. Antes a coação era feita pela sociedade, hoje é feita pelo sujeito e seu autocontrole.
Nessa condição, onde não tem mais a sociedade para dizer o que individuo deve fazer ou dizer, para assinalar o que é o pecado e para determinar o que pode ou não realizar, o indivíduo precisa de autodomínio, o que vai lhe ajudar na convivência com outros indivíduos. Ele não pode conviver em sociedade se é descontrolado.
Diante disso, Elias (1994) cria um novo habitus. O habitus de antes era grupo, o pecado, a escola, a igreja, e agora é o autocontrole e o autodomínio, cuja função é o cuidado de si mesmo. A partir daí, é o próprio individuo que vai se autoadministrar, vai se autogerenciar, e decidir os instrumentos que quer fazer parte, ele vai decidir que igreja quer ir, que escola ou faculdade quer estudar, que empresa quer trabalhar e quanto tempo quer permanecer em cada um desses instrumentos.
Considerações finais
Em Bourdieu (1983) vemos a proposta da teoria da praxiologia, que entende que existem condicionantes sociais históricas e estruturais (estruturas sociais, econômicas e culturais), mas que existe a possibilidade da ação do sujeito, não o agir isolado, mas dentro de condições históricas, isto é, existe a prática, existe a ação humana, mas dentro de condições limitadas, dentro das condições estruturais.
A partir da praxiologia vemos uma flexibilidade, ou seja, o homem age, embora com certa limitação. Depois contemplamos um novo momento na sociologia, em Elias, o momento de individualismo, o sujeito está só, ele pode fazer o que quiser, mas um individualismo que necessariamente terá que conviver com os outros, cuja responsabilidade parte de si mesmo, a partir do autocontrole e do autodomínio. Hoje o sujeito assume suas responsabilidades mais cedo. Esse novo conceito fez surgir, para que haja uma boa convivência, o respeito pelas diferenças, por que o homem moderno vive exclusivamente pelos seus interesses.
Nessa crescente à individualização, à rapidez e ao efêmero, fica evidente em Bauman (2001), o derretimento da armadura protetora forjada de crenças, lealdades e obrigações tradicionais que impediam os movimentos e iniciativas. Também ficou patente a intolerância às coisas duráveis em favor das mudanças repentinas e estímulos constantemente renovados.
A literatura precedente nos mostra a transposição do passado ao presente contínuo, das estruturas bem definidas à flexibilidade, do pesado à leveza e da rigidez tradicional à fluidez moderna. Estas são transformações que permeiam o indivíduo, a sociedade e seus processos, e não sabemos aonde vamos chegar. É possível chegarmos à modernidade gasosa, e, a partir daí, nossas ações ficarão à mercê do vento.
Referências
BAUMAN, Zygmunt. Modernidade líquida. Tradução: Plínio Dentzien. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.
BOURDIEU, Pierre. Coisas ditas. Tradução: Cássia R. da Silveira e Denise Moreno Pegorim. São Paulo: Brasiliense, 2004.
__________: Sociologia / Org. da coletânea: Renato Ortiz. Tradução de Paula Montero e Alicia Auzmendi. São Paulo: Ática, 1983.
Corrêa, Roberto Lobato. O espaço urbano. 3ª. Edição – Editora ática. São Paulo, 1995.
COULANGES, Fustel de – A cidade antiga. Editora das Américas S.A. – EDAMERIS, São Paulo, 1961.
ELIAS, Norbert. A sociedade dos indivíduos. Organizado por Michael Schöter. Ed. Jorge Zahar. Rio de Janeiro, 1994.
FERRARA, Lucrécia d´Aléssio. Ver a cidade: cidade, imagem, leitura. São Paulo: Nobel, 1988.
FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. Organização e tradução de Roberto Machado. Rio de Janeiro: Edições Graal, 4ª. Ed. 1984.
THOMPSON, Paul. A voz do passado – História oral. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.
[1] Mestre em Educação (FACED/UFC); Especialista em Gestão Escolar (UFC); Pedagogo (UFC). Participa do Grupo de Pesquisa em História e Memória da Educação CNPQ/UFC.