Planejamento, execução e avaliação no Ensino Superior - por Maurício Duarte

14/04/2016 09:32

 

 

Curso de Pós graduação em: Docência do Ensino Superior – especialização lato sensu – 2016 A

Nome da disciplina: Planejamento, execução e avaliação no Ensino Superior

Nome do aluno: Mauricio Antonio Veloso Duarte

Data: 02/03/2016

 

Dados do Enunciado:

 

Foi pedido que fosse escrito um texto com no mínimo uma lauda e no máximo duas laudas, com coerência e concisão, que contemplasse as análises sobre planejamento na educação refletindo sobre: a relação entre planejamento e ação, ação e reflexão; consideração de que o planejamento não é uma ação neutra e a legitimidade da seleção dos saberes relevantes para os estudantes.

 

Resposta

 

O processo de ensino/aprendizagem deve fornecer condições para o graduando ver-se como sujeito da sua autonomia educativa, bem como fornecer subsídios para o corpo docente e a coordenação da equipe multidisciplinar da IES elaborar e reelaborar o trabalho pedagógico. 

Para tanto, a correta articulação entre os atores do processo em questão precisa balizar os procedimentos didáticos e as ações educativas, conforme os documentos norteadores da atividade da IES como o PDI, o PPI e o PP.

Cada docente elaborará seu plano de aula tendo em vista esses planos criados coletivamente e democraticamente num momento anterior.  Isso inclui o plano de sistema educacional, o plano escolar e o plano de ensino.  Sabemos que o contexto político-econômico e social do país, bem como a própria realidade caótica e dilapidada das universidades públicas não permitem que se tenha uma configuração articulada, sendo suas etapas vistas como um todo, com significação e sentido.

O que se tem, muitas vezes, é um processo fragmentado e diluído sem uma visão crítica do conhecimento. A devida reflexão dos aspectos de formação e de contribuição social, de cidadania e de conhecimento fica quase sempre em último plano.

É preciso que seja percebido que tais problemas implicam e provém de ações intencionais, porque a ação pedagógica é uma ação política, por si só.  E também nas universidades da rede particular pode ocorrer muitas dessas problemáticas que permeiam o ensino superior.  Como diz Saviani (1999), o sistema de educação necessita de atividade sistematizada que é a que procura intencionalmente determinados fins.  Não queremos com essa argumentação dizer que as questões de empecilhos nessa área sejam de ordem corrupta ou de má fé, em sua maioria; como os noticiários todos os dias denunciam aparentemente no cenário político e estamos até cansados de ver.  Mas queremos dizer que há uma enorme relação entre sistema de educação e plano de educação, ainda conforme Saviani (1999); o que possibilita ou não possibilita ultrapassar as dificuldades apresentadas no ensino/aprendizagem; de acordo com que, intencionalmente, seguimos ou não, um planejamento bem ou mal proposto ou bem ou mal executado e avaliado.  Além disso, é o recorte metodológico e de organização ideológico e/ou filosófico que irá criar modelos velhos e obsoletos ou modelos novos e melhor elaborados nos processos de relacionamento humano, conceitos e visão de mundo dentro (na atuação formadora, de extensão e de pesquisa) e fora (na atuação de contrapartida social) da IES.

A qualificação do trabalho do professor é determinada pelo ajuste entre a aquisição do conhecimento e a realidade social, mediando teoria e prática.  O aluno deverá ter desenvoltura para refletir sobre profundos pensamentos teóricos sobre pensamentos epistemológicos, se for o caso, por exemplo, bem como produzir a melhor prática de atividade estudantil e posterior profissional, de forma concreta, em sua carreira, no dia-a-dia.

Sendo assim, o professor e a coordenação pedagógica devem refletir, juntamente com os alunos, os estudos e as pesquisas referentes à efetivação dos documentos que norteiam a IES e, mais especificamente, o curso em questão. Visão crítica e compartilhamento de saberes devem ser valorizados.  Somente dessa maneira a seleção de conteúdos será legitimada de modo relevante.

 

Referências bibliográficas:

 

Andrade, Pedro Ferreira. Avaliação da aprendizagem.  Disponível em: https://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.do?select_action=&co_autor=34116  Acesso em: 23 fev. 2016

                                  

Brito, Cristiane Santos e Lordelo, José Albertino de Carvalho (UFBA). Aprendizagem no Ensino Superior: Uma visão do aluno. Disponível em: https://www.anpae.org.br/congressos_antigos/simposio2007/93.pdf  Acesso em: 23 fev. 2016

 

Dutra, Luiz Henrique de A. Epistemologia da Aprendizagem. Coleção “o que você precisa saber sobre...” DP&A Editora Rio de Janeiro 2002.

 

Kawasaki, Clarice Sumi. Universidades públicas e sociedade: uma parceria necessária.  Ver. Fac. Educ. Vol. 23n. 1-2 São Paulo Jan./Dec. 1997. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-25551997000100013&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt  Acesso em: 24 fev. 2016